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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A máquina



 

A máquina:

maravilha das maravilhas,

solução divina,

grande facilitadora da dura rotina.


 

Ela mesma faz as compras.

A máquina: Cobra,

empacota, entrega.

Ai recebe: desembrulha e emprega.


 

Comigo joga xadrez,

movimenta na minha vez,

calcula o melhor movimento.

Xeque- Mate. De novo venço.


 

Caminho na esteira,

ela mesma coordena: Terça à quinta-feira.

É meu "personal trainer", me ajuda.

Perfeita caminhada.


 

Me põe na cama,

lê uma história ou recita poesia,

Me embrulha. Me beija.

Boa noite, deseja.


 

Agora já é dia:

Me acorda. Levanta: Ao banheiro.

De frente ao espelho me penteia.

Escova meus dentes. Lava meu rosto. Abotoa.


 

Na cozinha: Café da manhã.

Ela mastiga, põe na minha boca.

Me faz engolir.

Já é hora: para o trabalho tenho que ir!


 

Mas a máquina, ela mesma me leva,

pelos céus me transporta,

chegando lá nem preciso trabalhar.

Ela faz tudo, só preciso fiscalizar.


 

Hora de sair,

aposto que até já sabes: Ela mesma me faz vir.

Me recebe, troca minhas roupas:

Me acomoda. Verifica a agenda.


 


 

Agora é hora do sexo.

Ela lê a minha mente: Agora é o momento certo.

A porta se abre de repente,

vem lá uma forma de mulher, quase gente.


 

Depois do orgasmo ela me limpa.

Tudo organizado, volta ao armário

onde o belo robô fica guardado,

para que outra vez, em breve, seja utilizado.


 

Tendo a máquina,

de mais nada se necessita.

Faz tudo com perfeição.

Que poder da inteligência: Ápice da evolução!


 

Já não precisamos dos lábios,

do pênis, da vagina, das costas ou das pernas,

dos ouvidos e nem dos braços.

Do coração, da relação.
Edgar Parreira França 



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