A máquina:
maravilha das maravilhas,
solução divina,
grande facilitadora da dura rotina.
Ela mesma faz as compras.
A máquina: Cobra,
empacota, entrega.
Ai recebe: desembrulha e emprega.
Comigo joga xadrez,
movimenta na minha vez,
calcula o melhor movimento.
Xeque- Mate. De novo venço.
Caminho na esteira,
ela mesma coordena: Terça à quinta-feira.
É meu "personal trainer", me ajuda.
Perfeita caminhada.
Me põe na cama,
lê uma história ou recita poesia,
Me embrulha. Me beija.
Boa noite, deseja.
Agora já é dia:
Me acorda. Levanta: Ao banheiro.
De frente ao espelho me penteia.
Escova meus dentes. Lava meu rosto. Abotoa.
Na cozinha: Café da manhã.
Ela mastiga, põe na minha boca.
Me faz engolir.
Já é hora: para o trabalho tenho que ir!
Mas a máquina, ela mesma me leva,
pelos céus me transporta,
chegando lá nem preciso trabalhar.
Ela faz tudo, só preciso fiscalizar.
Hora de sair,
aposto que até já sabes: Ela mesma me faz vir.
Me recebe, troca minhas roupas:
Me acomoda. Verifica a agenda.
Agora é hora do sexo.
Ela lê a minha mente: Agora é o momento certo.
A porta se abre de repente,
vem lá uma forma de mulher, quase gente.
Depois do orgasmo ela me limpa.
Tudo organizado, volta ao armário
onde o belo robô fica guardado,
para que outra vez, em breve, seja utilizado.
Tendo a máquina,
de mais nada se necessita.
Faz tudo com perfeição.
Que poder da inteligência: Ápice da evolução!
Já não precisamos dos lábios,
do pênis, da vagina, das costas ou das pernas,
dos ouvidos e nem dos braços.
Do coração, da relação.
Edgar Parreira França
Nenhum comentário:
Postar um comentário