Meu
objetivo com estas postagens que vão se seguir, das Cartas à Senhora Solidão, é
investigar, primeiramente a partir da minha própria experiência, e na medida do
possível vou procurar outras bases também. Mas a prioridade é o que eu acho, o
como eu defino. Portanto, não leve muito a sério o que escrevo. A não ser que
depois de longa reflexão você acredite que eu esteja certo e depois de comparar
estas informações totalmente alienadas de posições de psicólogos ou até mesmo
teólogos, com a de profissionais: chegue à tua conclusão mais segura sem
permitir que os mitos, quer seja de “blogueiros”, de religiosos ou cientistas,
subjugue a sua subjetividade. Seja livre, pense, fique em crise e escolha. Mas,
sem delongas, quero ir logo à primeira carta. E como gastei algumas linhas
escrevendo esta introdução, irei avançar algumas outras mais para compensar. Se
estiveres ocupado por agora e não puderes ler tanto, leia de pouco em pouco, ou
então, na mais triste das opções, não leia. Publicam muita bobagem hoje em dia,
esta é mais uma.
Senhora Solidão,
Escrevo porque preciso dizer-te algo
que está ao fundo do meu coração. E na verdade, não é um mero falar. Preciso
mesmo dialogar, refletir a dois ou a sós, sobre a nossa relação. Sei que
estamos muito próximos um do outro e que a Senhora quase sempre vem me ver.
Podes imaginar então que seria mais prático dizer-te em palavras audíveis logo
de uma vez: O que é prático nem sempre funciona, conforta ou orienta. Aliás,
quase nunca! Porque se desejamos encontrar respostas devemos abominar o
prático, porque uma resposta pode mudar tudo: Em que acreditaremos? Não digo
com isto que a verdade seja simples ou complexa (não quero entrar no assunto),
apenas que a busca por ela não é. Facilmente encontramos a mentira e nela nos
detemos, e para que não morramos nesta areia movediça sem nos darmos conta é
necessário sempre de novo verificarmos onde estamos pisando. A verificação da
realidade, da verdade, é então metódica, sempre deve ocorrer de novo, e nunca
sendo confiante nas aparência: o que parecia chão pode afundar!