1. Estruturação da Perícope:
·
Cap.
2:
I.
Neemias em Susa: vs.1-8;
a.
O
rei e o semblante de Neemias: vs. 1-3;
b.
A
bondade do rei e a sabedoria de Neemias: vs. 4-8;
II.
Neemias a caminho, os opositores do
bem: vs.9-10;
III.
Neemias em Jerusalém:
a.
O
período do silêncio: vs.11-15;
b.
O
fim do silêncio, a hora de deixar de ser opróbio:
vs. 16-18;
c.
Enfrentado
os problemas: vs. 19-20.
Era Neemias um copeiro
do rei. Cargo de confiança, entre aquilo que comemos e bebemos pode estar um
perigo mortal e se quem nos serve não for confiável, bem, teremos algum
problema. Ser o copeiro, portanto, tinha lá sua importância. Isto era na cidade
de Susã. E embora estivesse em relativo conforto, Neemias iria escutar uma
notícia que iria balançar seu sentimental: a cidade do túmulo de seus pais, das
memórias de seu povo, estava destruída e o povo que lá ficara quando houve o
exílio babilônico, agora era motivo de zombaria dos outros povos.
Neemias se apavorou
diante de tal notícia e orou, orou se colocando ao lado do sofrimento de seu
povo. Buscando em Deus o perdão pelo pecado que os levara àquela situação. E
então, mais do que isto, como que chamado à ação, Neemias pede ao Senhor que
lhe conceda graça diante do rei.
Ele irá então servir ao
rei. Sua fisionomia falava do seu coração e não poderia ser diferente. Porque
estava sobrecarregado, dilacerado pela dor que lhe causava o sofrimento do seu
povo. Tal era a expressão de seu rosto que o rei se importou e perguntou: “Porque
está triste o teu rosto se não estás doente? Tem tristeza do coração”. Neste momento,
ocorria entre o rei e Neemias uma das coisas mais poderosas entre dois seres
humanos: empatia. Perceber o que o outro sente. Então, atemorizado, talvez por
estar diante de alguém tão poderoso, Neemias abre o seu coração e confessa que
não poderia estar alegre diante da situação de seu povo. O rei lhe pergunta o
que desejava então afinal de contas, Neemias ora e pede: “Quero ir reconstruir
minha cidade, quero autoridade e recursos para isto”. Entraram em acordo quanto
à volta de Neemias e o pedido foi aquecido.
Lá ia Neemias
carregando as cartas que lhe davam direito a recursos, que lhe sinalizavam a
autoridade. E, todavia, como tudo que é real, não haveria apenas coisas boas no
caminho mas também infortúnios. Infortúnio por parte daqueles que não podem ver
o bem sendo realizado em favor dos oprimidos porque isto lhes significa “fim do
domínio”. Mas o nosso guerreiro valente, Neemias prosseguiu. Chegando a
Jerusalém esperou o tempo dos sábios para começar a agir, espiou, olhou a
situação, planejou e finalmente quebrou o silêncio, conclamou o povo para a
ação e lhes mostrou que aquela era a grande oportunidade da libertação, que
Deus estava com eles, abençoando.
Todavia, a fúria dos
poderosos para com aqueles que se importam com os pequenos se ascende, mas, a
coragem é o que importa quando o Senhor é quem abençoa a boa obra.
O
garoto e a velha.
Era uma vez, numa outra
dimensão, não no mesmo tempo em que sucedeu a história de Neemias mas em um
tempo que nos é impossível contar porque o tempo entre os mundos é diferente.
Percorre de maneira outra, e então, simplesmente não podemos entender a
relação. Cabe-nos apenas dizer que, aconteceu.
Aconteceu que, um
pequeno jovem, que se chamava Brasil, tinha apenas seus 500 anos de existência.
E passava por maus bucados, filho de estupro, um estupro entre pessoas de
origens diferentes: ele nasceu como uma verdadeira mistura de vida. Sua cor era
inovadora e bela. E, contudo, os Continentes, como eram chamados os habitantes
de seu país, aqueles mais ricos que moravam mais ao norte, principalmente, não
respeitavam esta criança. Velhos cruéis, primeiro, o sujeitaram o garoto a
trabalhos forçados. A Justiça reclamou e eles o libertaram, mas não totalmente,
arrumaram um jeito de chantageá-lo, de fazê-lo em liberdade trabalhar apenas
para eles. E assim, criaram um monopólio sobre os seus esforços. O garoto lutou,
se esforçou e conseguiu mais uma vez se livrar do jugo. Começou a criar alguma
independência, mas os velhos ardilosos não se contentaram com todo o mal que
fizeram, agora queriam através de mentiras deslavadas tomar aquilo que era
patrimônio dele. E nesta faze já não são apenas os velhos do norte, já alguns do
sul mesmo também se despertaram querem se portar como os de lá começam a
ambicionar os seus bens.
Todavia, o garoto,
apenas 500 anos, está na luta. Sofrendo injustiças, doente, ele sofre de
doenças como: miséria, desigualdade, corrupção, violência e drogas. Suas
tentativas são brilhantes, mas uma doença está ligada á outra de forma que é
necessário ajuda, é necessário o socorro.
Ali não muito longe, no
país das Ciências, conversavam numa roda a Senhora História e a Teologia
Cristã. Entusiasmadas com o quanto tinham pra tagarelar acabaram entrando na
questão da história do tal garoto Brasil. A História se condoía e era triste
neste aspecto, a Teologia lhe acompanhava na tristeza. De repente a História
propôs: “Vamos agir?” E a Teologia respondeu: “Não, eu tenho que terminar
minhas exegeses, fazer minhas reflexões sistemáticas e planejar as melhores maneiras
de intervir na sociedade”. A História falou: “Poxa, ainda bem que você foi
sábia Teologia, eu quase fui lá, mas eu preciso registrar os eventos, e preciso
sempre contar tudo denovo, reclamar, reclamar e sempre reclamar. A história
serve, afinal de contas, apenas para vermos os erros do passado, para outros
deve ser a tarefa de intervir: quem sabe, a assistência social.” Teologia: “Isto
mesmo história, já pensou, se deixarmos o nosso serviço ao rei “Saber” o quanto
não perderemos?”
E bem, talvez a
história tivesse sido diferente se Neemias estivesse por ali. Talvez, tendo se
exercitado bem menos que dona Teologia na exegese não lhe fosse tão difícil entender:
“Ama ao teu próximo como a ti mesmo”, como ensinou a Verdade (Mt. 12, 29-31).
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