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domingo, 25 de setembro de 2011

Neemias, um exemplo.


1.      Estruturação da Perícope:

·         Cap. 2:

I.                   Neemias em Susa: vs.1-8;
a.      O rei e o semblante de Neemias: vs. 1-3;
b.      A bondade do rei e a sabedoria de Neemias: vs. 4-8;
II.                Neemias a caminho, os opositores do bem: vs.9-10;
III.             Neemias em Jerusalém:
a.      O período do silêncio: vs.11-15;
b.      O fim do silêncio, a hora de deixar de ser opróbio: vs. 16-18;
c.       Enfrentado os problemas: vs. 19-20.

Era Neemias um copeiro do rei. Cargo de confiança, entre aquilo que comemos e bebemos pode estar um perigo mortal e se quem nos serve não for confiável, bem, teremos algum problema. Ser o copeiro, portanto, tinha lá sua importância. Isto era na cidade de Susã. E embora estivesse em relativo conforto, Neemias iria escutar uma notícia que iria balançar seu sentimental: a cidade do túmulo de seus pais, das memórias de seu povo, estava destruída e o povo que lá ficara quando houve o exílio babilônico, agora era motivo de zombaria dos outros povos.
Neemias se apavorou diante de tal notícia e orou, orou se colocando ao lado do sofrimento de seu povo. Buscando em Deus o perdão pelo pecado que os levara àquela situação. E então, mais do que isto, como que chamado à ação, Neemias pede ao Senhor que lhe conceda graça diante do rei.
Ele irá então servir ao rei. Sua fisionomia falava do seu coração e não poderia ser diferente. Porque estava sobrecarregado, dilacerado pela dor que lhe causava o sofrimento do seu povo. Tal era a expressão de seu rosto que o rei se importou e perguntou: “Porque está triste o teu rosto se não estás doente? Tem tristeza do coração”. Neste momento, ocorria entre o rei e Neemias uma das coisas mais poderosas entre dois seres humanos: empatia. Perceber o que o outro sente. Então, atemorizado, talvez por estar diante de alguém tão poderoso, Neemias abre o seu coração e confessa que não poderia estar alegre diante da situação de seu povo. O rei lhe pergunta o que desejava então afinal de contas, Neemias ora e pede: “Quero ir reconstruir minha cidade, quero autoridade e recursos para isto”. Entraram em acordo quanto à volta de Neemias e o pedido foi aquecido.
Lá ia Neemias carregando as cartas que lhe davam direito a recursos, que lhe sinalizavam a autoridade. E, todavia, como tudo que é real, não haveria apenas coisas boas no caminho mas também infortúnios. Infortúnio por parte daqueles que não podem ver o bem sendo realizado em favor dos oprimidos porque isto lhes significa “fim do domínio”. Mas o nosso guerreiro valente, Neemias prosseguiu. Chegando a Jerusalém esperou o tempo dos sábios para começar a agir, espiou, olhou a situação, planejou e finalmente quebrou o silêncio, conclamou o povo para a ação e lhes mostrou que aquela era a grande oportunidade da libertação, que Deus estava com eles, abençoando.
Todavia, a fúria dos poderosos para com aqueles que se importam com os pequenos se ascende, mas, a coragem é o que importa quando o Senhor é quem abençoa a boa obra.


O garoto e a velha.


Era uma vez, numa outra dimensão, não no mesmo tempo em que sucedeu a história de Neemias mas em um tempo que nos é impossível contar porque o tempo entre os mundos é diferente. Percorre de maneira outra, e então, simplesmente não podemos entender a relação. Cabe-nos apenas dizer que, aconteceu.
Aconteceu que, um pequeno jovem, que se chamava Brasil, tinha apenas seus 500 anos de existência. E passava por maus bucados, filho de estupro, um estupro entre pessoas de origens diferentes: ele nasceu como uma verdadeira mistura de vida. Sua cor era inovadora e bela. E, contudo, os Continentes, como eram chamados os habitantes de seu país, aqueles mais ricos que moravam mais ao norte, principalmente, não respeitavam esta criança. Velhos cruéis, primeiro, o sujeitaram o garoto a trabalhos forçados. A Justiça reclamou e eles o libertaram, mas não totalmente, arrumaram um jeito de chantageá-lo, de fazê-lo em liberdade trabalhar apenas para eles. E assim, criaram um monopólio sobre os seus esforços. O garoto lutou, se esforçou e conseguiu mais uma vez se livrar do jugo. Começou a criar alguma independência, mas os velhos ardilosos não se contentaram com todo o mal que fizeram, agora queriam através de mentiras deslavadas tomar aquilo que era patrimônio dele. E nesta faze já não são apenas os velhos do norte, já alguns do sul mesmo também se despertaram querem se portar como os de lá começam a ambicionar os seus bens.
Todavia, o garoto, apenas 500 anos, está na luta. Sofrendo injustiças, doente, ele sofre de doenças como: miséria, desigualdade, corrupção, violência e drogas. Suas tentativas são brilhantes, mas uma doença está ligada á outra de forma que é necessário ajuda, é necessário o socorro.
Ali não muito longe, no país das Ciências, conversavam numa roda a Senhora História e a Teologia Cristã. Entusiasmadas com o quanto tinham pra tagarelar acabaram entrando na questão da história do tal garoto Brasil. A História se condoía e era triste neste aspecto, a Teologia lhe acompanhava na tristeza. De repente a História propôs: “Vamos agir?” E a Teologia respondeu: “Não, eu tenho que terminar minhas exegeses, fazer minhas reflexões sistemáticas e planejar as melhores maneiras de intervir na sociedade”. A História falou: “Poxa, ainda bem que você foi sábia Teologia, eu quase fui lá, mas eu preciso registrar os eventos, e preciso sempre contar tudo denovo, reclamar, reclamar e sempre reclamar. A história serve, afinal de contas, apenas para vermos os erros do passado, para outros deve ser a tarefa de intervir: quem sabe, a assistência social.” Teologia: “Isto mesmo história, já pensou, se deixarmos o nosso serviço ao rei “Saber” o quanto não perderemos?”
E bem, talvez a história tivesse sido diferente se Neemias estivesse por ali. Talvez, tendo se exercitado bem menos que dona Teologia na exegese não lhe fosse tão difícil entender: “Ama ao teu próximo como a ti mesmo”, como ensinou a Verdade (Mt. 12, 29-31).

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