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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Solidão


Solidão, quão belos são teus braços,

São fortes e, contudo, delicados,

teu abraço é então apertado,

confortável e gelado.

Envolvestes minh'alma,

e minha paixão agora já te ama.

Ah! Solidão, lembra de quando eu te conheci?

Eu era menino, e ali já estavas,

em tua pedofilia me aliciavas

nos corredores da escola.

Me desesperava, queria te mandar embora.

Eu então rodei, rodei e rodei,

outra companhia eu busquei,

e por vezes até que eu encontrei.

Mas as pessoas sempre se vão,

e o que me resta és tu, ó Solidão!

E quando via que eras sempre quem me acompanhavas,

mais ainda eu me desesperava, mas nem sempre podia fugir.

Por um tempo tive de estar, sem querer ficar,

em tua companhia e assim, teu frio me feria.

Decidi então contigo dialogar,

encarei-te em teu olhar profundo, carente, gelado,

e contudo, muito sábio.

Oh! Solidão, quem, como tu, saberá conversar?

Se teus braços são fortes e gelados, tuas palavras são incrívelmente envolventes.

Solidão, não quero mais te deixar,

Solidão, venha, vamos prosear.

Edgar Parreira França

Um comentário:

  1. "É a solidão que inspira os poetas, cria os artistas e anima o génio."

    Henri Lacordaire

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